Saudações Tricolores!
Nosso Grêmio não passa por um bom momento. Os resultados não refletem o investimento que o clube vem fazendo tanto na comissão técnica como nos atletas. A torcida está incontente e muito preocupada, a imprensa começa a mostrar cada dia fatos que deixa ainda mais indignado o torcedor gremista.
O momento é crítico e algo precisa ser feito, com liderança, com pulso, para que essa situação atual não se transforme em um desastre no final do ano.
Recebi a atualização do BloGrêmio, sobre uma entrevista que foi feita com Irany Sant'anna Jr, integrante do Conselho de administração do Grêimo e responsável por administrar as finanças do nosso Tricolor.
Reproduzo na íntegra, pois acho que é importante que todo gremista tenha conhecimento dessas informações.
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Entrevista Irany Sant’anna Jr
Iniciamos a conversa falando sobre receitas de clubes e tal. Com a Copa do Mundo em 2014, as receitas do futebol brasileiro tendem a ter um grande incremento e os clubes vão ter um bom ganho. Porém, como esse ganho vai ser de todos, o mercado tende a continuar da forma como está. Até porque os clubes vão receber esse dinheiro a mais e vão gastá-lo, pois o mercado de jogadores (salários, luvas, multas rescisórias) tendem a inflacionar. Por isso o foco do Grêmio está em gerar receitas de outras formas que as convencionais, para que, além desse incremento, tenha um diferencial competitivo em relação aos outros clubes.
A idéia é de que terá maior vantagem competitiva no futuro quem conseguir construir uma matriz de geração de receitas próprias diferenciada em relação aos demais grandes times brasileiros. Isto se deve ao fato de que o incremento de receitas comuns aos clubes eleva a demanda por novas contratações de atletas fazendo com que os contratos sejam majorados. Ou seja, o aumento de receitas comuns (como contratos de televisionamento) termima sendo neutralizado pelo aumento da folha dos jogadores, pouco ajudando no reequlibrio financeiro dos clubes (vide o que aconteceu em todos os clubes nos últimos anos).
Iniciamos a conversa falando sobre receitas de clubes e tal. Com a Copa do Mundo em 2014, as receitas do futebol brasileiro tendem a ter um grande incremento e os clubes vão ter um bom ganho. Porém, como esse ganho vai ser de todos, o mercado tende a continuar da forma como está. Até porque os clubes vão receber esse dinheiro a mais e vão gastá-lo, pois o mercado de jogadores (salários, luvas, multas rescisórias) tendem a inflacionar. Por isso o foco do Grêmio está em gerar receitas de outras formas que as convencionais, para que, além desse incremento, tenha um diferencial competitivo em relação aos outros clubes.
A idéia é de que terá maior vantagem competitiva no futuro quem conseguir construir uma matriz de geração de receitas próprias diferenciada em relação aos demais grandes times brasileiros. Isto se deve ao fato de que o incremento de receitas comuns aos clubes eleva a demanda por novas contratações de atletas fazendo com que os contratos sejam majorados. Ou seja, o aumento de receitas comuns (como contratos de televisionamento) termima sendo neutralizado pelo aumento da folha dos jogadores, pouco ajudando no reequlibrio financeiro dos clubes (vide o que aconteceu em todos os clubes nos últimos anos).
Qual a folha completa do Grêmio, incluindo funcionários de fora do futebol?
O custo da folha completa do Grêmio, incluindo aí funcionários de fora do futebol, encargos sociais e demais obrigações, fica ao redor de R$ 4,3 milhões.
E só a folha do futebol? E só atletas? E comissão Técnica?
Só a folha de futebol do Grêmio é de R$ 3,1 milhões. Valor era maior há pouco tempo atrás pois havia o pagamento de luvas de alguns jogadores contratados nesse ano. Esses R$3 milhões estão um pouco acima do previsto no orçamento desse ano.
Como foi vista internamente a questão do vazamento dos salários? Alguém se mobilizou para tentar ao menos descobrir quem foi que entregou a lista para a imprensa? Se não fizeram nada, por que não fizeram?
Se mostrou tranquilo quando questionado e disse que não houve caça às bruxas. Muitas pessoas dentro do Grêmio têm acesso à folha salarial, pois documentações passam por diversos departamentos, além de integrantes do Conselho, o que dificulta muito descobrir a fonte do vazamento. Não acredita que os valores devem ser trancados à sete chaves pois defende uma política de transparência interna.
Jogador (do Grêmio ou não) tem benefícios (plano de saúde, por ex.) do clube assim como em qualquer outra empresa?
Sim, da Unimed, numa parceria que se estende a todos os funcionários e até em vantagens para os sócios. A questão do Souza operar em São Paulo (com um médico da confiança dele e que não era coberto pelo plano de saúde) foi uma opção pessoal, pois o Grêmio colocou à disposição do jogador médicos tão ou mais qualificados que o que realizou a cirurgia.
O Clube celebra contrato de imagem com seus atletas? De um modo geral, quantos % de seu salário um jogador rececebe em carteira e em direitos de imagem?
Sim, o contrato de imagem não passa de 30% dos vencimentos dos atletas. Acha que o Grêmio pode aproveitar melhor a imagem dos seus contratados.
Tens poder de vetar contratações ou dispensas? E definir teto salarial?
O clube adota um teto salarial?
O clube adota algum limite para quanto pode ser gasto em uma única contratação? e em luvas, comissões?
Existe alguma previsão sobre quanto das receitas do clube devem ser gastas com futebol? (ex: mínimo 50% máximo 90%)
(Risos) Não, não. Segundo Irany, o Grêmio não trabalha com teto salarial, só com o orçamento. Porém o orçamento não é meta, é referência. Como base para o orçamento do futebol é usada uma conta simples: receita da TV+jogos, uma coisa que já vem da gestão anterior.
Em determinado momento chegou-se a cogitar a possibilidade de mudar o ‘”orçamento” do futebol para as receitas vindas do Quadro social, justamente pra incentivar o torcedor a contribuir. Mas viram que era um risco grande porque variava muito (nessa gestao chegou a oscilar entre R$ 1,4 milhao e R$ 2,2 milhoes).
É importante ressaltar que o clube deve ser enxergado sistemicamente. Ou seja, todas as áreas trabalham direta ou indiretamente para o futebol e, portanto, a receita dos sócios são essenciais. Por exemplo, a manutenção do Olímpico, indispensável para a realização dos jogos não faz parte do orçamento do futebol.
O futebol necessita do aval do financeiro para fechar negócios e contratos? E se isto ocorre, porque então ele reclama do valor da folha?
Não é necessário o aval, mas consultas são feitas. Sobre a tal reclamação pública sobre o valor da folha, explicou que aquilo foi mal interpretado. Alega ter dito algo como “estamos gastando acima do previsto” e o que foi publicado foi “estão gastando”. Internamente está tudo esclarecido.
O balisador de gastos, para todas as áreas, deve ser o orçamento. Como o futebol é nossa área fim, cabe as finanças disponibilizar o máximo de recursos possíveis. Assim, dentro do orçamento, não há motivo para consultar. Em situações de excessão sim, pois implica em realocação de recursos de outras áreas ou dificuldade para honrar coisas contratadas.
Haverá a necessidade de vender um grande jogador ou pode se encontrar receitas alternativas? Se há esse plano, como será?
A intenção dele é mudar a matriz financeira para que o clube não precise mais vender jogadores, apesar de que hoje ainda é necessário. Porém não adianta o clube ter condições de manter jogadores se eles não quiserem ficar, como foi o exemplo do Réver.
Contou que para o Grêmio vender jogadores não é garantia de um bom negócio, pois normalmente não tem direito a 100% dos direitos econômicos dos jogadores (existe uma grande diferença entre direito econômico e direito federativo). Ao vender um jogador, uma parte do dinheiro vai para os investidores e outra parte (30%) vai para o Condomínio de Credores. O valor que sobra precisa ser empregado numa reposição que, além de não ter garantia de acerto, custa tanto ou até mais do que o que sobrou para o Clube.
É verdade essa história do adiantamento da cota da TV? O quanto foi adiantado, se é que foi?
Sim, a cota do Gauchão de 2011 (cerca de R$4 milhões) . Mas isso já é praxe, algo que vem acontecendo há alguns anos.
Na atual situação, o clube é economicamente/financeiramente viável?
Se não tivesse o Passivo que tem, o Grêmio já seria viável. Sabem que o Grêmio tem um grande potencial e que estão abaixo dele, por isso estão trabalhando em formas diferenciadas de aproveitar isso. O projeto a ser lançado com o Banrisul pode resolver o passivo do clube.
O balanço de 2009 foi aprovado, qual a expectativa para o balanço desse ano, fica no azul?
Se nos próximos 2 meses o contrato com o Banrisul for colocado em prática (ainda depende de alguns detalhes que travam o processo, assim como a troca de diretoria do banco atrasou um pouco o andamento), é bem provável que sim. Senão será necessário vender algum jogador até o fim do ano. Dado: até maio, a receita tinha sido de aproximadamente R$55,2 milhões e as despesas de R$55,7 milhões.
O orçamento estabelecido é suficiente para os objetivos do Grêmio?
É.
Como estão divididas as receitas do Clube (QS, tv, venda de atletas, bilheteria…)?
O total de receitas estaria na casa dos R$ 115 milhões, as principais seriam: TV (entre 28 e 30 milhões de Reais), Quadro Social (R$26mi), venda de atletas (R$17mi previsto) e bilheteria (R$12mi).
O orçamento de cada setor do clube está de alguma forma atrelado a receita gerada pelos mesmos?
Não.
Quem são os credores do Grêmio a curto prazo e quanto cada um tem a receber? E a médio e longo prazos?
Metade do passivo é fiscal e está atrelado à Timemania. A curto prazo, os maiores credores são bancos (em torno de R$20 mi) e em seguida vem o Clube dos 13 (R$ 11 milhões) e o Condomínio de Credores.
Sobre o Condomínio: a dívida já caiu de R$24 mi para R$8 mi, sendo que outros credores entraram no condomínio, o que valoriza ainda mais o desempenho. Hoje, 30% da venda de atletas e 70% do mecanismo de solidariedade vão para o condomínio.
Mas é importante ressaltar que isso não implica que o passivo total do clube foi reduzido. O que houve é que o Grêmio procurou honrar seus compromissos com os condomínios, repassando a eles o que tem direito nas vendas de atletas. No entanto, muitas vezes, após vender um jogador, pagar investidores (que já detinham parte de direitos econômicos) e pagar condomínios o valor que sobrava era inferior ao necessário para repor novos jogadores, fazendo com que o Grêmio buscasse nova forma de financiamento (novo passivo).
Assim, os passivos só cairão realmente pela geração de novas receitas (o que esperamos conseguir em breve). No entanto, houve significativa recuperação do crédito do clube, pois há percepção do esforço para honrar compromissos, o que fez com que o custo financeiro caisse (o Grêmio atualmente consegue crédito a taxas normais de mercado).
A quantas anda o condomínio de credores? É real a informação de que ele foi entregue à essa gestão com parcelas atrasadas? De quanto?
Tinha (cerca de R$ 7 milhões), mas o Irany não quer fazer juízo sobre esse atraso, pois o clube não tinha receita para manter o Condomínio em dia.
Este ano fecha o primeiro condomínio de credores?
Já fechou. Eram 4 condomínios. 1 deles está praticamente encerrado, restanto apenas parcelas antigas a serem pagas. Um eventual novo credor pode aderir a um ainda ativo.
O que está sendo preparado com o Banrisul é realmente algo que pode dar um impulso financeiro para o clube?
Sim. É uma forma nova de gerar receita para o clube, onde foi feito um estudo específico pelo Grêmio e só depende de alguns detalhes para ser lançado, porém não há data prevista pois não depende só do Grêmio.
O Grêmio trabalha com um caixa único ou cada setor tem sua contabilidade e, a partir disso, se cobram resultados de cada setor?
Trabalha com um caixa único, mas tem acompanhamento orçamentário por setor.
Como é feito o cálculo da renda de um jogo já que diversos sócios pagam ingresso? Por que sempre a renda tem centavos, se os ingressos são vendidos com valores “redondos”?
Não soube responder com precisão. Uma informação interessante é que o valor contabilizado por sócio no jogo é de R$10.
Fomos atrás da informação e obtivemos essa resposta de um outro diretor: “Os centavos que acontecem nas rendas é devido a antecipação de mensalidades. Eu por exemplo se fizer adiantamento pagaria R$ 267,00 dando ai um valor mensal de R$ 44,50 e é este valor que é utilizado para fazer o cálculo da bilheteria quando eu for em algum jogo.”
Qual o teu grau de envolvimento com o Projeto Arena?
Esteve bastante envolvido pois fazia parte da Comissão do CD. Agora, com a constituição da Grêmio Empreendimentos, não tem o mesmo grau de envolvimento. Mesmo assim, continua sendo um entusiasta do projeto Arena.
As eleições do segundo semestre podem, de alguma forma, atrapalhar o trabalho da vice presidência de finanças?
Espera que não, se mostrando bem tranquilo em relação a isto.
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GRÊMIO CURITIBA
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