segunda-feira, agosto 23, 2010

Manifesto Gremista por uma reação

Achei muito interessante, com informações relevantes, por isso resolvi reproduzir o texto do gremista Flavio Scaf Filho, publicado originalmente no blog do Wianey, no ClicRBS.
Acho que o texto reproduz o atual sentimento que a maioria da torcida gremista.

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Caros gremistas,

Não quero ser oportunista de aproveitar o bi da Libertadores conquistado pelo Inter para colocar o que segue abaixo, pois tenho falado isso de modo informal faz tempo. Mas, creio que se não tomarmos uma atitude, o Grêmio tende a se tornar um clube de segunda linha, pois afinal de contas, não sei se vocês se deram conta, faz quase 10 anos que não ganhamos um grande título (Copa do Brasil 2001), e pelo que eu vou dizer agora, este jejum não é por acaso.

Na minha opinião, o nosso calvário começou a 13 anos atrás, quando o Cacalo assumiu como presidente. Apesar de ele ter sido o melhor vice de futebol da história do Grêmio  e de ter feito uma dupla quase perfeita com o Fábio Koff, ele não foi bem como presidente. Vejamos por que: depois de ganhar a Copa do Brasil do Flamengo em pleno Maracanã lotado, o Grêmio se desmobilizou e perdeu o Gauchão para o Inter do Záchia e do Roth. Logo após, houve o total desmanche daquele time supercampeão, com as saídas do Émerson, Carlos Miguel e a contratação dos medalhões Sérgio Manoel, Robert e do pinguço Beto, todos a peso de ouro, gastando mais do que fossemos manter os antigos jogadores. O que aconteceu: o Grêmio foi muito mal no Brasileirão, levando goleadas históricas (6 x 0 do Goiás e 5 x 2 do Inter do Roth) e quase fomos rebaixados, só nos safando na última rodada, contra o Fluminense. Depois veio o ano do 1998 e a chance de sermos tri da Libertadores e aí, o nosso atual presidente (Duda Kroeff), na época vice de futebol, trouxe como técnico nada mais nada menos que o Sebastião Lazaroni. Acabamos sendo desclassificados da Libertadores nas quartas perdendo para o Vasco por 3 x 0. Depois fizemos um Brasileirão irregular e conseguimos nos classificar na última rodada, perdendo nas oitavas para o Corinthians.

No ano de 1999 assumiu o Guerreiro, com o discurso que o Grêmio precisava de um empresário no comando. Apesar de termos ganho a Copa do Brasil com um time muito bem armado pelo Tite, perdemos o Ronaldinho quase de graça para o PSG, fizemos uma malograda parceria com a ISL, (estamos pagando por isso até hoje), contratamos o time mais caro da história do Grêmio e por isso a dívida do clube explodiu. Ele teve 2 mandatos para arrumar a casa e não conseguiu. Além da Copa do Brasil, não ganhou mais nada importante em 4 anos. Mal ou bem, deixou uma base de time para o sucessor e com vaga na libertadores. Mas quem assumiu depois dele: Flávio Obino, que na minha opinião e na maioria dos gremistas, foi o pior presidente da história do nosso clube. Além do quase rebaixamento em 2003  e do rebaixamento em 2004, éramos obrigados a ouvir suas esdrúxulas entrevistas e seus comentários inoportunos, como o buraco do amor e ter achado que uma vitória sobre o Fortaleza foi uma façanha. Sem comentários. Não vou perder o meu tempo discorrendo sobre a desastrosa administração do Sr. Obino. O pior de tudo é que ele ainda tem influência no conselho do Grêmio, que diga-se de passagem, precisa de uma urgente renovação.

Com a queda para a segunda divisão, quem assumiu o “pepino” Grêmio foi o corajoso Paulo Odone. Com muita dificuldade e bravura, nos trouxe de volta a primeira divisão, depois daquele jogo histórico nos Aflitos. Mas além disso, não teve nada demais, pois ganhou dois Gauchões e foi vice da Libertadores e do Brasileirão. Nenhum título importante, pois penso que faltou organização e planejamento, porque os times eram montados as pressas e sem critério. Mas mesmo assim considero que ele foi um bom presidente.

Depois dele veio o atual, o Sr. Duda Kroeff, que vive da memória do pai dele, pois sempre que sua administração é contestada, diz que freqüentava o vestiário e ia aos jogos do Grêmio com o Dr. Kroeff desde criança. Para mim isto não é pré-requisito para nada, apenas para ser um torcedor. O que temos hoje é uma direção passiva, que não tem maiores aspirações, a não ser evitar o inferno de cairmos para segunda divisão novamente.

Enquanto isso, nosso maior rival, fez um profundo trabalho de planejamento, que começou há muito tempo atrás com o contestado Medina (se lembram do bombástico relatório Medina), passando pela administração do Sr. Fernando Miranda e que finalmente rendeu os frutos na gestão do Sr. Fernando Carvalho, que alçou o Inter de um patamar praticamente regional, com pouca exposição no exterior, para um verdadeiro papa-títulos, equiparando-se e até passando o Grêmio em quantidade e importância deles.

Estou fazendo esta comparação, mesmo que seja dolorosa, para nos darmos conta de que sem um trabalho sério, com planejamento e organização, estaremos fadados a sermos um mero coadjuvante no cenário nacional, enquanto o Inter ganha um título atrás do outro. Temos que fazer uma renovação e principalmente mudar a mentalidade dos nossos dirigentes, ainda muito arraigada a coisas e fatos do passado. Dêem uma olhada na composição do nosso conselho! Salvo algumas exceções, são sempre os mesmos. O Inter teve coragem de mudar. Tirou a família Záchia, que mandava e desmandava, mas não ganhava nada de importante. Deu chance ao Sr. Fernando Carvalho de fazer um trabalho a longo prazo. Maior exemplo disso é que os grandes títulos só vieram no segundo mandato dele. Mas ele tornou o Inter um clube rico, que tem a maior folha salarial da América latina e vai fazer uma gigantesca reforma no Beira Rio para a Copa.

O intuito deste e-mail não é fazer um denuncismo barato, tão pouco uma caça as bruxas, mas sim conscientizar que não podemos mais continuar nesta situação, afinal de contas são 10 longos anos sem grandes títulos. Isto é um absurdo para um clube com a grandeza do Grêmio. Vamos nos mobilizar, protestar, torcer, criticar, ajudar, xingar, mas queremos mudanças (e pra melhor) já.

Saudações gremistas.

Fonte: Blog do Wianey - ClicRBS

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